CRISE - alavanca para a solidariedade
Belisa Vaio
O que todos temíamos é mesmo verdade: o povo português está a atravessar um período que ficará na História pelos piores motivos: uma Crise económica, financeira, de valores, de cultura, de saúde, de educação...que sei eu?!...
Estamos sem palavras e sem respostas para tantas perguntas. Também me sinto confusa e atordoada! Quem não o está, com as medidas anunciadas por quem decide? Bem ou mal...a ver vamos! De que adianta apontar os políticos culpados? E nós...não teremos também vivido, na nossa economia doméstica, muito acima das nossas posses?
Apenas temos a consciência de que estamos num beco sem saída e a solução é... dar a volta!
Manda o bom senso que não adianta entrar em pânico, embora saibamos que "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!".
Vem este tema a propósito de uma Boa Notícia que li, sobre a solidariedade que se está a desenvolver nas Universidades, transformando as praxes académicas de início do ano escolar, em acções de recolha e partilha de bens, dentro e fora das escolas.
Afinal a esperança num Mundo melhor continua viva e actuante e o exemplo dos nossos jovens pode também servir-nos de mote para transformar a "Crise" em algo muito produtivo, em termos de valores.
Não vamos precisar ir muito longe nem justificar a nossa inércia com distâncias relativas. Ao nosso lado, o nosso vizinho, está com certeza pior do que nós. Ou porque está desempregado, ou entrou em depressão, ou porque a família é grande e as contas muitas. Ou precisa da nossa atenção e tão somente de uma palavra de esperança.
Por norma costumamos ser muito sensíveis às desgraças alheias. Campanhas de solidariedade, com mais ou menos visibilidade, movem montanhas e muitas vezes ficam armazenadas em contentores de esquecimento.
Agora não vamos precisar de tanta publicidade. Vamos, sim, estar atentos à nossa volta e partilhar tudo o que nos for possível. Especialmente que, perto de nós, ninguém passe fome. Porque já há muita fome escondida!