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SABEDORIA POPULAR

Este blog pretende apenas contar histórias de lá e de cá. De tu, de mim, de nós! Não tem ambições...apenas desejos de encontro!

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09.04.20

Marron Glacê - Ou o doce de batata doce da Therezinha Mendonça


Bete do Intercambiando

Receitas não faltam na internet, mas eu gosto mesmo é das histórias que rolam por trás delas. Gosto tanto que tenho um projeto chamado "A gente Come lá em Casa" e que, por acaso virou um blog também.

Como tenho esta receita há mais de 20 anos, cedida pela Therezinha Mendonça, amiga querida lá da cidade de Santos-SP, e nunca havia feito, ficava me perguntando por qual razão, se quando comi pela primeira vez achei um doce delicioso e fui logo copiar a receita.

Mas hoje, resolvi fazê-la e enquanto preparava-a, questionava-me sobre a motivação para tamanho desdém à bendita receita que eu tanto havia gostado... agora tenho certeza, que o fato de ter que mexer o tal doce por 30 minutos foi fator preponderante para sua exclusão de meu repertório.

Não que eu já não tenha ficado muito mais tempo na cozinha! Ao contrário, fico horas, não tenho preguiça, adoro! Mas, mexer uma panela por 30 minutos, nunquinha da silva!

Agora hoje, em meio a essa quarentena, com um pouco mais de tempo, não sobrando porque o tempo para mim e para Therezinha nunca é suficiente... A ela porque faz mil coisas de uma vez, a mim porque sou uma lesma mesmo.

Mas vamos lá à receita:

1Kg de batata doce branca (fiz com a amarela mesmo, de casca roxa que custa 1/3 da outra)

1 vidro de leite de coco

750 gramas de açúcar (a próxima vez que fizer colocarei 500 gramas)

1 pacote de gelatina sem sabor vermelha

 

Cozinhe a batata doce em panela de pressão por aproximadamente 25 minutos. Deixe esfriar e amasse bem. Sugiro que passe pelo processador ou o amassador de batatas mesmo.

Misture o leite de coco, o açúcar, e a gelatina (não precisa prepará-la).

Mexa bem e leve ao fogo mexendo sempre. Após levantar fervura deixe por mais 30 minutos, e continue mexendo para não grudar.

Despejar numa fôrma untada (usei margarina e açúcar cristal para untar). Depois de frio levar à geladeira por pelo menos 12 horas. Cortar em cubinhos, passar no açúcar cristal ou demerara e não há mais necessidade de voltar a geladeira, pois ela continuará gelatinosa.

Recebi esta receita como "doce de batata doce". Mas ao aprontá-la, vendo sua cor e seu sabor: Bingo!... Mas é Marron Glacê!!!!!

Therezinha.png

Therezinha participando de outro Projeto nosso

E o Marron Glacê que não consigo parar de comer... Estou ficando arrepiada! Ai meu Deus, depois de 40 dias sem comer doce, cair nesta tentação!

marron glacê.jpeg

 

 

 

 

 

Realmente as pessoas quando entram em nossas vidas tem significado.  Era apenas mais uma das infinitas professoras que vinha para nossa escola para substituir, já era final de ano, por volta de Outubro, eu não lembro muito bem, no entanto ela chegou e já iniciou o seu trabalho. Apresentou-se como Bete, suponho,  que se chame Elisabete, não sei. Pareceu-me uma pessoa séria e cheia de convicções.

Não demorou muito para fazer notar-se, colocou o alunado no pátio e começou a desenvolver um trabalho com tintas e pincéis, e eu como sempre gostei de Arte comecei a observá-la melhor.

 Era interessante como os alunos se envolviam nos trabalhos, uns tiravam de letra, outros penavam um pouco, mas tudo transcorria bem apesar do vai e vem e da curiosidade que despertava em  alunos de outras turmas.

Toda essa agitação incomodava um pouco, porque era difícil controlá-los, no entanto eu estava adorando, afinal era a escola que eu queria ver; gente pra todo o lado e envolvida com coisas boas.

O tempo passou rápido e os trabalhos da professora Bete foram finalizados, o resultado foi magnífico e a exposição maravilhosa.

Já nestes tempos encerrou-se também o período de contrato daquela pequena, grandiosa professora, todavia  já estava consagrada sua brilhante passagem pela nossa escola. O período foi curto, porém o suficiente para eu aprender admirá-la e semear o início de uma amizade.

O tempo foi passando e mesmo distantes estavamos ligadas pelo amor a arte, e devido  algumas postagens minhas no grupo social da nossa escola fui também "percebida" por ela. Sim, ela continuava la...

Nasceu então a empatia e  o convite para participar desse blog, algo impensável por mim até o momento. Aceitei o desafio e estou muito feliz, pois para mim será mais uma forma de desenvolvimento pessoal.

Então, estou aqui agora para relatar  esse momento e reafirmar mais uma vez que não é por acaso que as pessoas entram em nossas vidas.

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