Coimbra viveu nos últimos dias, momentos de grande elevação espiritual, com a descida à cidade da Rainha Santa Isabel.
Nascida em Aragão (hoje uma região de Espanha), casou aos 12 anos com o nosso jovem rei D. Dinis, o Lavrador. Do que aprendemos, dum modo simplista, da História de Portugal, foi esposa e mãe dedicada e sofrida, quer por causa das aventuras amorosas do marido, quer apaziguando várias vezes as guerrilhas entre o marido e o filho D. Afonso IV, que veio a reinar como o Bravo.
Senhora muito piedosa, após o falecimento do rei, recolheu-se ao mosteiro de Santa Clara-a-Velha junto das freiras clarissas e viveu sempre dando testemunho da bondade que lhe ía na alma. Creio até que não há no mundo um português que não guarde no coração a imagem da nossa Rainha no momento sagrado em que se transformava o pão em rosas...o Milagre das Rosas!
Na nossa cidade, como é de tradição, as celebrações em sua honra acontecem em anos pares, por volta do dia 4 de Julho (data em que faleceu) e os pontos altos são as procissões que se realizam na noite de 5ª.feira, em que a nossa Rainha desce do seu mosteiro em Santa Clara, para ficar mais perto dos crentes numa igreja da cidade - este ano o mosteiro de Santa Cruz - e na tarde do domingo seguinte, quando regressa ao seu lar, na colina sobranceira ao rio Mondego e onde nos fica a abençoar.
Assistir a esses eventos é testemunhar a fé e a reverência que milhares de pessoas devotam à Raínha Santa.
Este ano, os tempos de incerteza e angústia que vivemos, encontravam-se espelhados em mãos postas e olhos suplicantes, como que a pedir que milagres de rosas voltem a acontecer e a prática da caridade que ela nos ensinou, abranja todos os que mais precisarem.
Partilho aqui a sua saída da igreja de Santa Cruz a caminho de Santa Clara, saudada pela fé de milhares de pessoas.